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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Motoqueiro, curva e uma loira



Em uma manhã de quinta-feira, um grupo de amigos conversavam sobre a transposição das águas do rio São Francisco. Discutiam sobre o que de bom ou ruim ela havia trazido para a população do distrito de Palestina do Cariri, no interior do Ceará. Eles estavam no jardim da escola na hora do intervalo.
– A obra – disse um dos colegas, que vou chamar de X. – trouxe muitos benefícios para Palestina. Por exemplo, mais trabalho. Meu pai era um dos tantos pais de famílias que desejavam dar uma vida melhor para sua família.
– É verdade – falou uma colega, que vou chamar de Y. – melhorou a economia. Tem mais casa alugadas. Mais pessoas nos restaurantes etc.
– É tudo isso é bom. Mas lembrem – interrompi. Não vamos nos esquecer dos pontos ruins, como a vinda das caçambas! Elas deixaram a estrada mais perigosa. Principalmente, na curva do Cardoso. Vocês lembram as mortes que têm acontecido direta e indiretamente por causa delas.
Z., um dos colegas mais comediantes, entrou na conversa gracejando:
– É isso mesmo. E a consequência mais terrível e indireta das caçambas foi a que fez a loura garupeira aparecer. Nos últimos dias, tenho ouvindo os boatos de pessoas que ouvem um assobio, depois um peso na garupa da moto. Tudo isso acompanhado de calafrios!
– Ave Maria! Cruz Credo! – disseram os colegas juntos.
–Vixe, o quê? É verdade – falei da forma mais séria possível. Eu mesmo a vi ontem. Vinha de moto lá de Mauriti. Vinha dizendo para mim mesmo:
Isso não passa de besteira!
Mas quando dei a curva lá estava ela: uma mulher loira e de olhos brilhantes...
Todos se arrepiaram e gritaram. Foi então que o sino do final do intervalo tocou. E voltamos para a sala.


Ana Rute (1o. Ano - A) e Sara Bezerra (1o. ano - B)

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