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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Memórias



Em uma certa comunidade havia um garoto chamado Paulo. Ele era apaixonado pelo lugar, pois lá existiam belas paisagens: uma maravilhosa cachoeira [cujo toque junto as pedras por onde descia parecia produz uma melodia relaxante], pássaros – eram cancans, sabiás, rolinhas, anuns e uns tipos de perequitos da terra- e bonitas árvores frutíferas (como eu amava as cajás-umbus e os cajus!) e não-frutíferas.
Para Paulo a cachoeira era muito importante. O grande amor que gerou a Paulo nasceu ali. Seus pais, quando eram adolescentes, haviam se conhecido lá. Isso mesmo, a melodia relaxante da cachoeira também já foi trilha sonora romântica para casais enamorados! Esse lugar lhe fazia sentir-se bem.
Mas, não era apenas Paulo que se interessava pela cachoeira. Ela se tornou um ponto turístico, onde outros filhos da cachoeira se divertiam, além de visitantes que ao ouvir as histórias eram motivados a conhecer esse lugar romântico.
Certo dia algo inesperado aconteceu na comunidade (sabe quando você pensa que a vida pode mudar para melhor?!!) O progresso chegou ao lugar: O projeto da transposição das águas do rio São Francisco passariam pelo lugar e muitas casas precisariam ser mudadas. Não só as pessoas tiveram que se mudar. A natureza ao redor do lugar também seria atingida. Isso incluiria a cachoeira?!
Paulo teve que se mudar da comunidade onde crescera e foi para uma cidade próxima. Chegando lá, ele ficou triste, as pessoas não cuidavam do lugar em que moravam. A cidade estava entregue a poluição de todo tipo: sonora – Que barulhão! As pessoas orgulhosas mostravam para os vizinhos e amigos que tinham um aparelho de som novo tocando músicas no mais alto volume, visual – paredes pichadas, letreiros de lojas que não respeitavam semáforos ou placas de trânsito - e química – na escola, ouvi muito falar do tal CO2. Que coisa sufocante! As árvores como as lá da cachoeira ajudavam a diminuir esse gás, mas ali não haviam árvores frutíferas nem cachoeira! Que decepção! Ele resolve, depois de cinco anos, volta para sua antiga comunidade.
Chegando lá, não havia mais comunidade, não havia mais árvores, não se viam mais os pássaros, nem havia mais... A CACHOEIRA! No lugar só se via o canal, protegido por barreiras de terra, áreas desmatadas, duas pistas acompanhavam as margens do canal (elas eram usadas pelos funcionários para fiscalizarem as paredes do canal) e um sistema de irrigação que beneficiava os agricultores locais, mas que tirava dos seus filhos a diversão que era a cachoeira.
Diante daquela situação, ele deu meia volta e foi buscar outro lugar onde houvesse belas paisagens acompanhadas pelo canto dos pássaros, a sombra fresca e os frutos deliciosos de bonitos umbuzeiros, cajueiros e uma maravilhosa cachoeira cujo melodia relaxante não tenha sido ainda atrapalhadas pelo sons de caçambas e bombas destruidoras. Foi buscar a felicidade em outro lugar.
 Graça e Valéria (1o. Ano - A) e Marcelo (1o. Ano B)

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