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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Assombração



Nas minhas andanças pelo Brasil afora, ouvi falar de muitas histórias de cidades abandonadas, fantasmas, monstros e espíritos que apareciam aos viajantes. Umas das que mais me chamava a atenção era a da loira que aparecia a motoqueiros, em uma comunidade no interior do Ceará, chamada Palestina. Resolvi chamar um amigo meu e saímos para investigar essa tal aparição. Cada um foi em sua moto.
A lenda dizia que ela só aparecia a noite, em uma certa curva chamada Curva do Cardoso. Por volta da meia noite, chegamos em tal cidade. Para chegar lá, precisamos dirigir por uma rodovia de uns dez quilômetros. Quando já estávamos avistando as primeiras casinhas da comunidade, bem na tal curva. Senti um peso na garupa de minha moto. Que calafrio! Acelerei a moto e o peso sumiu. Dormimos, quer dizer vimos o dia amanhecer - na porta da igreja, na praça. Estava frio e tremíamos de medo.
No dia seguinte, fomos à procura de moradores . Logo encontramos um morador que nos avisou sobre as tais aparições. Ele nos disse que a história começou no período em que o canal de transposição das águas do rio São Francisco estava sendo construído. Há uns quinze anos atrás – falou-nos o tal homem – a estrada ficou mais perigosa do que já era. Ninguém respeitava os limites de velocidade. A conversa foi longa, quando percebemos já estava entardecendo. Não tivemos mais coragem de voltar para casa, à noite. Onde ficaríamos para pernoitar?
Fomos avisados de que uma senhora na região alugava quartos por uma noite. Fomos para lá. A casa, na verdade, um casarão antigo, me deu calafrios quando entrei no mesmo. Ela nos levou até um cômodo, onde havia duas redes armadas. Entramos, fechamos as portas e deitamos nas redes. Ao redor da casa, lá pela meia-noite, ouvimos um grande barulho. Depois um clarão. As redes começaram a balançar sozinhas. Cobri-me da ponta dos pés até a cabeça com um lençol que a velhinha tinha nos dado. O balanço parou, o barulho também.
Na manhã seguinte, nem esperamos pelo café. Pegamos nossas motos, fugimos dali. Ao passar pela tal Curva do Cardoso, o local do acidente, tive a impressão de ver alguém à beira da estrada, acenando como se dissesse, “Vá com calma! Vá com calma!”. Parar?! Reduzir?! Que nada aceleramos e nunca mais voltamos ali.

autores: Lucas Dino e Augusto Mendes (alunos do Primeiro Ano - Turma B, Turno Manhã)

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